Depois de conectar motoristas com passageiros, o Uber quer fazer a ponte entre empresas e trabalhadores temporários, os conhecidos bicos. No último dia 03, a companhia anunciou o lançamento do Uber Works , que vai operar inicialmente apenas em Chicago . A ideia é facilitar a contratação de profissionais como garçons, faxineiros e cozinheiros para serviços específicos, sem vínculos trabalhistas.
Mais do que oferecer uma ferramenta para conectar trabalhadores e contratantes, o Uber Works representa uma aposta da companhia para se tornar lucrativa. O balanço financeiro divulgado em agosto registrou prejuízo recorde de US$ 5,2 bilhões, com crescimento das receitas em 14% ano a ano, o menor índice da história da empresa.
O Uber Works mira um mercado gigantesco, com grande potencial de geração de receitas. Um estudo elaborado pela Gallup em 2018 mostra que um terço dos trabalhadores americanos são autônomos. A Organização Internacional do Trabalho prevê que essa taxa será de 43% da força de trabalho americana em 2020.
E a nova plataforma surge num momento em que o modelo de operação por motoristas do Uber começa a ser questionado pelas autoridades. Na Califórnia, uma lei aprovada no mês passado obriga que empresas como Uber e Lyft tratem os motoristas como funcionários contratados, com direitos como salário mínimo, horas extras e outros benefícios.
Em texto publicado no blog da companhia, o Uber informa que o aplicativo vai operar em parceria com a agência de empregos TrueBlue, que criou uma subsidiária chamada PeopleWork’s, que vai operar como contratante e serviço de pagamento para os profissionais que realizarem trabalhos pelo Uber Works. Da mesma forma que no aplicativo de transporte, o Uber Works irá cobrar uma porcentagem do valor de cada trabalho realizado.