Você sabe negociar no trabalho? Teve sucesso ou nunca tentou? Breno Paquelet, especialista em negociação pela Harvard Business School e autor do livro “Pare de Ganhar Mal”, contou no podcast Entre Trampos e Barrancos que o brasileiro não tem o costume de negociar.
“Tem um dado interessante que mostra que mais da metade das pessoas são insatisfeitas com seus salários, mas só 29% negociaram o salário no seu emprego atual”, disse ele.
Segundo o especialista, o principal obstáculo para que as pessoas tentem negociar no trabalho é a mentalidade de que os interesses dela e do chefe (ou da empresa) são opostos.
Porém, negociar é encontrar um meio termo entre as necessidades da empresa e as demandas pessoais e profissionais. “Eles acham que os interesses são completamente opostos e incompatíveis, mas na prática existem vários interesses nessa relação que são convergentes”, comentou Paquelet.
E existe momento certo para negociar? Paquelet responde:
“Eu penso que, na prática, pessoas adiam a decisão de negociar o salário por que é algo desconfortável. Você sempre tem um risco de prejudicar sua relação com o gestor, ou de ser visto como ganancioso ou egoísta demais. Ou de ser uma pessoa que não está enxergando a realidade da empresa. Então, como essa é uma negociação que envolve algum risco, as pessoas buscam qualquer motivo para adiar esse momento por quanto elas puderem.
Existem alguns momentos específicos que são muito ruins. Então, se a empresa acabou de fazer uma demissão em massa, ou acabou de sair uma notícia muito ruim sobre a empresa na mídia, ou vai acontecer um evento e estão todas as pessoas concentradas em fazer com que esse evento seja um sucesso. Esses são momentos ruins”.
Fora esses momentos pontuais, o profissional pode se organizar e preparar para negociar o salárioem todos os outros. E o especialista destacou três aspectos principais a se considerar:
1º – Você precisa merecer o aumento.
2º – Você deve analisar se o aumento é viável.
3º – Você precisa entender como convencer os tomadores de decisão.