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Justiça salarial: 68% dos trabalhadores acham injusto o salário que recebem
Pesquisa do Gartner, consultoria global, ainda apontou que funcionários que acreditam receber um salário injusto também são menos engajados e mais propensos a pedir demissão
Por Exame | Tempo de leitura: 3 min
(Denis Novikov/Getty Images)

Cerca de 68% dos trabalhadores acreditam que o salário que recebem é injusto. Pelo menos é isso que aponta uma nova pesquisa do Gartner, consultoria global, que ouviu 3.523 funcionários e 104 líderes de RH de todo o mundo no segundo trimestre de 2022.

De acordo com o levantamento, a percepção de justiça salarial dos funcionários impacta diretamente o seu engajamento.

Isso porque as pessoas que acreditam receber um salário injusto têm uma intenção 15% menor de permanecer no atual emprego e são 13% menos engajadas no trabalho em comparação com quem está feliz com o salário.

“A sensibilidade dos funcionários às diferenças salariais percebidas está sendo exacerbada pelas condições econômicas de hoje, incluindo o aumento da inflação e o mercado de trabalho aquecido, que está causando uma mudança na remuneração entre profissionais efetivos e novos contratados”, afirma Tony Guadagni, diretor sênior do Gartner Prática de RH.

Desconfiança gera desconfiança

Mas o sinal de alerta já acendeu para a maioria das empresas. Segundo pesquisa do Gartner, 84% das empresas estão conduzindo auditorias de igualdade de pagamento, mas de acordo com a consultoria a raiz do problema é mais embaixo.

“As percepções dos funcionários sobre a equidade salarial não estão enraizadas na remuneração”, diz Guadagni.

“Ao invés disso, o principal impulsionador da percepção é a confiança organizacional — quando as pessoas não confiam em seus empregadores, elas não acreditam que sua remuneração é justa ou equitativa”.

Comunicação eficiente pode diminuir ruídos

De acordo com o Gartner, uma das chaves para aumentar a confiança dos funcionários é a comunicação, algo que é o calcanhar de aquiles de muitas empresas, especialmente quando o assunto é salário.

Segundo a pesquisa, quase 43% dos profissionais discutem seus pagamentos com colegas de trabalho que ocupam função semelhante, enquanto 45% consultam, pelo menos uma vez por ano, sites com informações de terceiros, como Glassdoor.

Porém, menos de um terço dos funcionários diz estar ciente sobre quanto sua organização prioriza a equidade salarial.

“Apenas 38% dos participantes da pesquisa relatam que entendem como a remuneração é determinada”, diz Guadagni.

“Quando as organizações educam os funcionários sobre como o pagamento é feito, a confiança na organização aumenta em 10% e as percepções sobre equidade salarial aumentam em 11%.”

Igualdade salarial é prioridade para os próximos anos

Enquanto avança o debate sobre equidade e transparência salarial nas empresas, com países criando leis que obrigam empresas a divulgarem informações sobre remuneração desde antes da contratação, mais empresas estão comprometidas com a questão.

Conforme a pesquisa do Gartner, 72% dos líderes de remuneração relatam que a alta direção da organização em que atuam acredita que a equidade salarial é uma prioridade alta ou muito alta.

No entanto, os tomadores de decisão não priorizam esse assunto na prática, principalmente ao contratarem talentos críticos.

De acordo com o Gartner, os times de Recursos Humanos precisam criar times dedicados a esse assunto com uma visão ampla para entender quais os fatores que causam as distorções e como corrigi-los.

“Uma equipe de igualdade de pagamento ideal consiste em líderes e profissionais em todos os níveis, unidades de negócios e funções com conhecimento sobre as práticas e processos que criam desigualdade nas remunerações e um compromisso visível para manter a conformidade na organização”, afirma Guadagni.

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