Se você está planejando o seu próximo passo de carreira, comece olhando para a cultura das empresas onde você quer trabalhar.
Essa é a recomendação do advogado e pesquisador Luciano Porto que lançou seu novo livro “Cultura empresarial: uma referência informativa e jurídica sobre as companhias abertas brasileiras”.
“O tema da cultura organizacional é estratégico para o conselho de administração, seja da empresa familiar ou companhias abertas. Do ponto de vista de carreira, agora é crucial olhar para isso, será decisivo para escolher os movimentos de carreira”, diz.
“Quando você entra na empresa, é como se você entrasse no rio com uma correnteza vindo. De certa forma, olhar para a cultura é explorar o que tem debaixo desse fluxo. Ali tem pedras, valas? Algum lugar onde a água é mais quente?”, explica.
Ao mergulhar na cultura empresarial das empresas brasileiras listadas na bolsa de valores, Porto percebeu que todas têm fatores comuns ao falar de seus valores. Quando falam de cultura, muitas citam inovação, governança, sustentabilidade e integridade.
“Mas senti falta de um posicionamento mais explícito sobre isso. Qual a cultura empresarial? Colocada diante da pergunta, um ano pode ter uma resposta e ela mudar daqui alguns meses. Mas é importante ter essa reflexão”, diz.
Como ele cita em seu livro anterior, Inovação Social, a transparência é um pilar importante que começa a ser cobrado das empresas pelos talentos e consumidores. Com rankings de melhores empresas, comentários no Glassdoor ou no LinkedIn, os profissionais compartilham e cobram por informações sobre o modo de trabalho dentro das empresas.
“A transparência do mundo online muda a forma de convívio na sociedade. A transparência é vista como uma inovação social, pois reduz a hipocrisia e a desinformação, torna as coisas mais íntegras e verdadeiras”, diz.
Olhando para o futuro e novos modelos de trabalho, o pesquisador vê o surgimento de uma maior diversidade de culturas sendo criadas, dependendo da decisão sobre o local de trabalho e flexibilidade das empresas.
“A postura de modelo de trabalho vai dizer muito sobre a cultura da empresa. E os profissionais vão precisar buscar uma cultura compatível com sua forma de trabalho”, afirma.