A busca pela diversidade está hoje para as empresas brasileiras como a sustentabilidade estava há algumas décadas. Para além do discurso e do marketing, o mundo do trabalho só tem a ganhar com uma maior mistura de idades, gêneros, etnias e perfis profissionais.
Os resultados são amparados por pesquisas: estudo da consultoria americana McKinsey & Company divulgado em 2018 mostra que as companhias com maior diversidade de gênero em cargos de chefia têm 21% mais chance de apresentar resultados acima da média do mercado. No caso da diversidade étnica, esse número sobe para 33%.
Funcionários de perfis diferentes ajudam empresas a ampliar sua visão de mundo e a fomentar a criatividade, estimulando o desenvolvimento de projetos inovadores.
“O grande benefício de um ambiente diverso é o aumento da lucratividade”, afirma Patrícia Santos, fundadora da EmpregueAfro, consultoria com foco em profissionais negros.
Segundo Ana Fontes, fundadora da Rede Mulher Empreendedora, mesmo sem serem obrigadas a adotar cotas, empresas começam a mudar suas políticas de inclusão.
A última pesquisa do Instituto Ethos mostra que a presença de mulheres em cargos executivos era de 13,6% nas 500 maiores firmas do país, em 2015. Quando se tratava de mulheres negras, o número era de apenas 0,4%.
Aumentar a inclusão requer mudanças estruturais, treinamentos específicos e campanhas de conscientização.
Isso começa nos processos seletivos, afirma Carolina Ignarra, sócia da Talento Incluir, especializada na inserção de pessoas com deficiência.
Especialistas apontam que algumas das barreiras são a preferência dos gestores por candidatos que dominem outros idiomas e que tenham experiência internacional.
Mas ao estimular a diversidade, a companhia aumenta a produtividade e deixa a equipe mais feliz, diz Carolina. “Todo mundo ganha.”